quinta-feira, 10 de maio de 2012

Gavetas e gavetinhas

Sim, eu sou extremamente carente e contraditória
e como eu odiei ser desvendada...
É como se cada verdade dita sobre mim fosse uma grande invasão.
É bom nessa altura avisar e informar: estás certo sobre mim e sobre um monte de coisas. E mais:
eu quero mesmo ser um monte de gavetas. Com ainda um monte de gavetinhas escondidas e todas trancadas. Assim como os problemas de Leminski sempre saem para passear com os pequenos probleminhas.

Isto é porque eu quero me sentir protegida, questão de segurança máxima. Com teus braços tão longe, somente a sete chaves...
Quero esconder minha fragilidade, e ela é tão transparente...!

Se quiseres me desvendar, vais ter que arrombar as gavetas!
e então fazer um imenso estardalhaço
e deixar de ser marido para ser chaveiro.

em 08/05/2012

O colecionador de máscaras III

Conta a tua mulher
que por seres proibido de pendurares tuas máscaras na parede
é que tu as escondes dentro de si mesmo.


O colecionador de máscaras II

Quando puderes
se tu quiseres
se escolheres
te libertar
e pregar, na parede da sala
todas as tuas máscaras
eu sei
exatamente
O Homem que irei encontrar.

Mas enquanto as guardas
no teu porão
eu às vezes te desconheço
às vezes me desconecto
Não sei quem tu és:
tenho Medo.

em 08/05/2012

O colecionador de máscaras I

Aquele homem capaz de romper com tudo. Aquele capaz de se atirar num abismo para se reencontrar na queda. Aquele revolucionário que revoluciona a si mesmo. Aquele homem, meu carinho, onde está? se perdeu? Aquele meu, minha luz, minha ilusão, meu amor. E eu mergulhei, num mar de máscaras...

em 08/05/2012