Quando eu resolvi passar mais de um ano perdendo tempo ou, dependendo do humor, esperando o momento certo da “nota” e “sinfonia”, eu Te escrevi a seguinte poesia:
Eu tenho um amor platônico.
Ele me faz companhia
quando o meu amor real
está real demais.
O meu amor platônico é meu
amigo imaginário
Ele me deseja, me respeita
me deixa sonhar com ele
Ele é superior a mim
E me aceita mesmo com falhas
Ele é meu Pai.
Eu amo ele mais porque ele não é de verdade
e porque ele nunca vai errar
ou eu não vou ter tempo de vê-lo errar.
O meu amor, meu Pai, meu amigo imaginário
vai morrer
e alongar essa distância que se coloca entre nós
e se eternizar na memória e no tempo
levando pra longe dos meus lábios os seus lábios intocados
e o carinho que eu não pude dar.
O meu amigo imaginário me faz deparar
com a minha solidão mais profunda
com a essência da dor
com as questões metafísicas todas
com Deus
e com as limitações da vida.
Mas eu não posso salvar o meu amigo, corpo presente
Nem posso mata-lo, espírito mais que presente
Nem posso impedi-lo de habitar-me
Nem arrancar de mim as suas marcas que eu as fiz.
O meu amor de mentira
É insuportável
porque imaterial
E belo
porque imaterial
O meu amor imprestável
vai me assombrar pra sempre
Até que cesse
essa imensa luz
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