Eu me expus.
Eu sempre me exponho pois não me expor é morrer.
Ou teria sido mais bonito dizer que não se expor é “renunciar à vida”. Assim não tocaríamos em Seu nome. Assim, não falaríamos Dela.
Às vezes eu simplesmente acho que a vida é uma perfeita sinfonia em que cada nota se encaixa em seu lugar e em seu tempo;
Agora eu só acho que perdemos nosso tempo sempre porque somos covardes. Passamos a vida inteira sendo covardes e com medo da vida. Medo de que ela Doa. Medo de sermos ridículos. E assim nos privamos dela e de nós mesmos, sendo ridículos.
É inadmissível precisar ter uma experiência de quase-morte pra começar a viver a vida.
É inadmissível mesmo assim ainda perder tempo romantizando sobre notas que se encaixam perfeitamente como uma sinfonia quando a vida escancaradamente é uma ópera. Cada nota me corta ao meio e eu só conheço acordes dissonantes...
Sendo assim, correndo o risco de destoar do controle que não me deixa nem admitir pra mim mesma, devo dizer: EU TE AMO. Eu te amo e você vai morrer.
Preciso admitir isso para o mundo e pra mim mesma. Preciso gritar para o mundo: EU TE AMO E VOCÊ VAI MORRER!
Assim começa a nossa história.
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